O SXSW 2025 já está a todo vapor desde sexta-feira, dia 7, e ainda temos mais alguns dias pela frente até seu encerramento da conference quinta-feira, dia 13. O que já ficou claro é que a Inteligência Artificial (IA) está deixando de ser um conceito futurista para se tornar uma ferramenta essencial na Economia dos Criadores.
Entre empolgação e cautela, o festival tem mostrado que a IA não só está transformando a maneira como os criadores produzem e monetizam conteúdo, mas também está redefinindo o próprio papel da criatividade na era digital.
No painel "Beyond the Buzz", Kai Murray, da The Information, chamou atenção para um ponto crítico: “Os criadores ainda não exploraram todo o potencial da IA.”
E ele tem razão. Enquanto alguns veem a IA como uma ameaça, outros já estão transformando a tecnologia em uma aliada poderosa. Ferramentas como ChatGPT e Runway ML estão ajudando a criar roteiros, editar vídeos e até gerar vozes sintéticas.
Um exemplo que chamou atenção foi o do criador Chris, que está treinando um modelo de IA com base nos seus próprios podcasts. Isso significa que ele pode automatizar parte da produção sem perder sua identidade. Em vez de depender de soluções genéricas, ele está moldando a tecnologia para atender às suas necessidades específicas.
Criadores que conseguirem personalizar suas próprias ferramentas terão muito mais controle sobre seu trabalho e sua audiência.
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James Louderback trouxe uma previsão ousada no painel
"The Past, Present and Weird Future of the Creator Economy": a IA pode permitir que um criador independente produza um blockbuster por apenas mil dólares.
Parece impossível, mas a lógica faz sentido. Os custos de produção estão caindo, e a IA está tornando acessível o que antes era exclusivo de grandes estúdios. Criadores agora têm acesso a ferramentas que otimizam edição, roteiro e até mesmo a criação de personagens digitais.
No painel "Selling Tech Through Creativity", também ficou claro que a IA não está só mudando a criação, mas também a forma como os conteúdos são analisados e distribuídos. Ferramentas baseadas em aprendizado de máquina já estão ajudando criadores a entender melhor o que funciona, analisando sentimentos e engajamento da audiência em tempo real.
Criar ficou mais barato. Mas se destacar ficou mais difícil.
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No painel "Beyond the Buzz: Mastering Creator Economy Trends in 2025", Kai Murray, da The Information, trouxe uma provocação instigante: “Há uma lacuna significativa entre as ferramentas de IA disponíveis e a forma como os criadores as estão utilizando.” A frase resume bem o momento atual: enquanto as big techs oferecem soluções avançadas, muitos criadores ainda estão descobrindo como adaptar essas inovações à sua realidade.
Além disso, a IA já está moldando a distribuição e o engajamento. No painel "Selling Tech Through Creativity", Dionkas destacou o uso de aprendizado de máquina para análise de sentimentos em branding, permitindo que criadores e marcas compreendam melhor como seu conteúdo ressoa com o público. Ou seja, a IA não apenas ajuda a criar, mas também otimiza o impacto das criações.
Apesar do entusiasmo, o SXSW também trouxe alertas. John Edwards apontou que ainda há muita desconfiança em torno da IA: “Apesar do potencial, muitos criadores e consumidores ainda têm receios sobre seu uso.” Isso se reflete no temor de que o conteúdo gerado por IA perca autenticidade e acabe afastando o público.
Outro debate quente foi sobre a transparência. Se a IA for utilizada para criar vídeos, roteiros ou até mesmo vozes, como garantir que o público saiba o que é real e o que não é? A questão ética da identificação de conteúdo gerado por IA ainda não tem uma resposta definitiva, mas já está no radar de plataformas e reguladores.
O SXSW 2025 está provando que a IA não é mais um acessório na Economia dos Criadores – é um pilar fundamental. Quem souber equilibrar inovação tecnológica com criatividade e autenticidade humana terá uma vantagem competitiva enorme. E com mais alguns dias de festival pela frente, ainda há muito espaço para novas discussões e tendências.
Uma coisa, porém, já está definida: a IA não veio para substituir os criadores. Ela veio para amplificar suas vozes, acelerar processos e abrir caminhos inimagináveis.
E agora, resta a pergunta: os criadores vão liderar essa revolução ou serão engolidos por ela?
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Escrito por: Rodrigo Allgayer,
Founder & Chief Product Officer | Creators Platform LLC
